Na epidemia da precariedade há, assim, uma sina à qual muitos não escapam: acumulam graus, títulos, patentes, publicações e tudo o mais que faz estender os seus currículos por diversas páginas, mas não acumulam reconhecimento da sociedade. Mais trágico ainda, nem sempre acumulam estima das instituições que os acolhem e que, em alguns casos, deles espremem o mérito, apropriando-se depois da reputação do seu trabalho. Talvez seja isto, mais do que a incerteza do amanhã ou o alheamento da sociedade, que justifique a elevada prevalência de problemas de saúde mental dentro da comunidade científica.

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